quarta-feira, 11 de setembro de 2013

TEOLOGIA




TEONTOLOGIA = DOUTRINA DO SER DE DEUS


Por Edivaldo Pereira

Como vimos na aula anterior podemos usar qualquer atributo de Deus neste pensamento:

Deus é (atributo x) porque o (atributo x) é bom, ou o (atributo x) é bom porque Deus o quis?

Usamos anteriormente o (atributo amor) e a fim de reforçar o entendimento desta verdade, utilizaremos agora um outro, o (atributo bondade) de Deus:

Deus é (bom) porque (o bem) é bom, ou o (o bem) é bom porque Deus o quis?

Pergunta aparentemente difícil, mas o bom estudante de Teontologia não terá dificuldade em desvencilhar-se. Concluirá que nenhuma destas alternativas é correta, imaginemos pelo menos dois motivos para a sua inconveniência:

PENSAMENTO 1:
Deus é bom porque o bem é bom”
Em algum momento na eternidade Deus teria olhado para o bem e falado:
O bem é bom, eu serei bom!
Então só neste momento Deus se tornou (não era) bom
Parece que o bem veio a existir antes de Deus.

PENSAMENTO 2:
Se o bem é bom porque Deus o quis, pense:
Deus determina todas as coisas e em algum momento Ele diz: “Haja o bem”.
Isto quer dizer que em tempos anteriores a criação deste atributo, Deus estaria desprovido do mesmo.
Pareceria que o bem surgiu depois de Deus.

A RESPOSTA APROPRIADA:
A resposta correta é que Deus é bom porque isto faz parte da sua essência, parte do seu ser.
Os Seus atributos são inseparáveis. Ele não poderia ser o que é sem este atributo ou qualquer outro.
Deste modo ele sempre foi amor, justiça, santidade, etc.
Todos os atributos divinos sempre existiram e sempre existirão Nele.
Deus não pode ser melhor do que é (se tornar, por exemplo, mais amoroso ou justo, mais santo ou fiel ou adquirir algum novo atributo) caso contrário Ele não seria perfeito desde sempre.
Nenhum atributo existiu antes ou depois de Deus, Deus é eterno e seus atributos também o são, Deus é “os seus atributos”. Mas que fique claro que nenhum atributo separadamente é Deus. Deus é amor, mas o amor não é um Deus. Conforme já ficou claro não podemos separar o “Ser de Deus” e os “seus atributos”. Os atributos também não estão em proporções diferentes, ele não é mais santo do que bondoso. Todos os atributos são infinitos em Deus e um qualifica o outro. Por exemplo, a bondade de Deus é santa e a santidade de Deus é boa ou ainda:
A bondade de Deus é santa, a sua santidade é amorosa. O amor de Deus é justo, sua justiça é sábia. E assim por diante.

Feitas considerações tão importantes e indispensáveis para a compreensão do assunto, vamos enfim à classificação dos atributos de Deus.

Normalmente fala-se em atributos:
Ou “Naturais e Morais”
ou “Absolutos e Relativos”
ou “Imanentes (intransitivos) e Emanentes (transitivos)”
ou ainda “Comunicáveis e Incomunicáveis”

Vamos adotar a última denominação, pois ao falarmos de atributos “Naturais e Morais” parece que alguns atributos não são naturais, porém todos os atributos são naturais em Deus.

Pelos termos “Absolutos e Relativos” ou a designação atributos “Imanentes e Emanentes”, entende-se que Deus tem alguns atributos que não irradiam da essência divina, apesar de serem revelados. Se estes atributos, porém, não produzissem algum efeito externo, nós não os conheceríamos. Como já vimos anteriormente, tudo o que conhecemos de Deus é o que Ele mesmo revelou acerca de Si.

Passemos a considerar, portanto, os atributos Comunicáveis e Incomunicáveis:

A começar pelos

Atributos Incomunicáveis:
Estes não encontram nenhuma analogia no ser humano, apontam para Deus como o Absconditus (escondido), no sentido de que não podemos compreender tudo aquilo que Deus é, em toda a sua extensão, conforme o axioma teológico: “Finitum non capax infinit” (o finito não é capaz de conter o infinito).
Ele vai muito além da nossa mente.
Estes atributos não são encontrados em nós, a fim de os compararmos.
Conforme o nome sugere, Deus não os comunicou. Os Atributos Incomunicáveis apresentam-nos Deus como um ser singular. Único naquilo que Ele é e no que Ele faz.

São atributos incomunicáveis:

- Espiritualidade

- Independência e Auto existência (Asseidade)

- Imutabilidade

- Infinidade



Falemos agora dos

Atributos Comunicáveis:
Apresentam-nos Deus como ser relacional.
Indicam a Sua natureza pessoal, inteligente, livre, moral e consciente.
São atributos transmitidos, salvo as proporções, ao ser humano.
É uma revelação mais clara de Deus, embora o pecado original impeça o homem natural de vê-la sem distorções.

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