TEONTOLOGIA
= DOUTRINA DO SER DE DEUS
Por
Edivaldo Pereira
Como vimos na aula anterior podemos usar qualquer atributo de Deus neste pensamento:
Como vimos na aula anterior podemos usar qualquer atributo de Deus neste pensamento:
Deus
é (atributo x) porque o (atributo x) é bom, ou o (atributo x) é
bom porque Deus o quis?
Usamos
anteriormente o (atributo amor) e a fim de reforçar o entendimento
desta verdade, utilizaremos agora um outro, o (atributo bondade) de
Deus:
Deus
é (bom) porque (o bem) é bom, ou o (o bem) é bom porque Deus o
quis?
Pergunta
aparentemente difícil, mas o bom estudante de Teontologia não terá
dificuldade em desvencilhar-se. Concluirá que nenhuma destas
alternativas é correta, imaginemos pelo menos dois motivos para a
sua inconveniência:
PENSAMENTO
1:
“Deus
é bom porque o bem é bom”
Em
algum momento na eternidade Deus teria olhado para o bem e falado:
O
bem é bom, eu serei bom!
Então
só neste momento Deus se tornou (não era) bom
Parece
que o bem veio a existir antes de Deus.
PENSAMENTO
2:
Se
o bem é bom porque Deus o quis, pense:
Deus
determina todas as coisas e em algum momento Ele diz: “Haja o bem”.
Isto
quer dizer que em tempos anteriores a criação deste atributo, Deus
estaria desprovido do mesmo.
Pareceria
que o bem surgiu depois de Deus.
A
RESPOSTA APROPRIADA:
A
resposta correta é que Deus é bom porque isto faz parte da sua
essência, parte do seu ser.
Os
Seus atributos são inseparáveis. Ele não poderia ser o que é sem
este atributo ou qualquer outro.
Deste
modo ele sempre foi amor, justiça, santidade, etc.
Todos
os atributos divinos sempre existiram e sempre existirão Nele.
Deus
não pode ser melhor do que é (se tornar, por exemplo, mais amoroso
ou justo, mais santo ou fiel ou adquirir algum novo atributo) caso
contrário Ele não seria perfeito desde sempre.
Nenhum
atributo existiu antes ou depois de Deus, Deus é eterno e seus
atributos também o são, Deus é “os seus atributos”. Mas que
fique claro que nenhum atributo separadamente é Deus. Deus é amor,
mas o amor não é um Deus. Conforme já ficou claro não podemos
separar o “Ser de Deus” e os “seus atributos”. Os atributos
também não estão em proporções diferentes, ele não é mais
santo do que bondoso. Todos os atributos são infinitos em Deus e um
qualifica o outro. Por exemplo, a bondade de Deus é santa e a
santidade de Deus é boa ou ainda:
A
bondade de Deus é santa, a sua santidade é amorosa. O amor de Deus
é justo, sua justiça é sábia. E assim por diante.
Feitas
considerações tão importantes e indispensáveis para a compreensão
do assunto, vamos enfim à classificação dos atributos de Deus.
Normalmente
fala-se em atributos:
Ou
“Naturais e Morais”
ou
“Absolutos e Relativos”
ou
“Imanentes (intransitivos) e Emanentes (transitivos)”
ou
ainda “Comunicáveis e Incomunicáveis”
Vamos
adotar a última denominação, pois ao falarmos de atributos
“Naturais e Morais” parece que alguns atributos não são
naturais, porém todos os atributos são naturais em Deus.
Pelos
termos “Absolutos e Relativos” ou a designação atributos
“Imanentes e Emanentes”, entende-se que Deus tem alguns atributos
que não irradiam da essência divina, apesar de serem revelados. Se
estes atributos, porém, não produzissem algum efeito externo, nós
não os conheceríamos. Como já vimos anteriormente, tudo o que
conhecemos de Deus é o que Ele mesmo revelou acerca de Si.
Passemos
a considerar, portanto, os atributos Comunicáveis e Incomunicáveis:
A
começar pelos
Atributos
Incomunicáveis:
Estes
não encontram nenhuma analogia no ser humano, apontam para Deus como
o Absconditus (escondido), no sentido de que não podemos compreender
tudo aquilo que Deus é, em toda a sua extensão, conforme o axioma
teológico: “Finitum non capax infinit” (o finito não é capaz
de conter o infinito).
Ele
vai muito além da nossa mente.
Estes
atributos não são encontrados em nós, a fim de os compararmos.
Conforme
o nome sugere, Deus não os comunicou. Os Atributos Incomunicáveis
apresentam-nos Deus como um ser singular. Único naquilo que Ele é e
no que Ele faz.
São
atributos incomunicáveis:
-
Espiritualidade
-
Independência e Auto existência (Asseidade)
-
Imutabilidade
-
Infinidade
Falemos
agora dos
Atributos
Comunicáveis:
Apresentam-nos
Deus como ser relacional.
Indicam
a Sua natureza pessoal, inteligente, livre, moral e consciente.
São
atributos transmitidos, salvo as proporções, ao ser humano.
É
uma revelação mais clara de Deus, embora o pecado original impeça
o homem natural de vê-la sem distorções.
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